Sunday, March 29, 2009

Um pouco de luz

Estou com uma pequena preguiça desta minha vida tão independente.
Talvez o tempo realmente passe mais rápido à medida em que ficamos mais velhos.
E eu deveria estar tendo filhos e cuidando de casa, ao invés de quicar ao som de música eletrônica em plena luz do dia.
Será?

Cuidar de tudo sozinha cansa demais. Não sei se o que me falta é o modelo convencional de relacionamento, mas sinto falta de ter alguém me ajudando a tomar as minhas próprias decisões. Cansei de ser a única variável nesta equação...por alguns momentos, gostaria de ser a variável dependente, que não explica os fatores, apenas é.

Recentemente uma luz queimada no meu banheiro foi o estopim da minha indignação. Em sinal de protesto, resolvi não trocá-la. Cada noite em que eu chegava em casa, testava o interruptor com uma leve e insana esperança...e nada de luz!!! A indignação vinha mesmo do fundo do coração: "não é possível, até ISSO eu tenho que fazer sozinha!!!" Pensei em apelar aos amigos (ano passado, quando meu chuveiro queimou, o Du veio em meu socorro), mas depois percebi que não era isso que faria diferença. Por mais que eu tenha pessoas queridas dispostas a trocar uma lâmpada (!) para mim, no final, daria no mesmo...Resignei-me e, um mês depois, troquei a bendita.

Tenho me sentido muito cansada ultimamente. O cansaço, na verdade, vem do excesso de trabalho e da maratona de baladas-jantares-vinhos-viagens-e-afins, a qual me submeti voluntariamente desde o final do ano passado. Mas...estou me ocupando com toda essa maratona, para me esconder de quê?

Não me entendam mal, adoro a minha vida independente. Isso é apenas um desabafo de alguém que está se aproximando dos trinta com uma velocidade assustadora, e ainda não tem a menor idéia do que quer ser quando crescer...

3 comments:

Oksana said...

Amiga, tem momentos em que a gente pira que precisa decidir tudo agora. Como se o prazo de validade da sua vida estivesse prestes a expirar e você fosse obrigada a saber o que fazer imediatamente. Bem, se você tiver sucesso na empreitada de definir o indefinível, de resolver o que não depende só de você e de acertar sempre, por favor me ensine a fórmula (e depois patenteie). Caso contrário, siga o lema dos A.A. (serve para os alcoólatras e também para os ansiosos anônimos): um dia de cada vez. Um passo atrás do outro, é assim que se caminha (por mais difícil que isso possa ser para uma geminiana elétrica). Sua vida de mulher independente não exclui a possibilidade de viver o tal do amor convencional ou sei lá o que, pelo contrário: aproxima você da chance de encontrar alguém que seja um companheiro, alguém pra somar. Não uma tábua de salvação. Ser a mulher que você é diminui a lista de homens aptos a ficar ao seu lado, o que pode até parecer ruim, mas, convenhamos: qualquer imbecil pode trocar uma lâmpada, mas não é qualquer um que te merece, certo?
Relaxe, não desista do vinho, das festas, do trabalho, das viagens... Olhe pra dentro, mas não deixe de prestar atenção ao seu redor. Cuide apenas de baixar a guarda às vezes. Porque saber se virar sozinha não significa não permitir que alguém se aproxime... Eu vivo em busca desse equilíbrio. Não é muito fácil, mas gosto de acreditar que é possível.
Ahm... Será que você tem amigas com dificuldade no poder de síntese? hehe... Comentário maior que o texto... huaahahahaha
Beeeijo

Unknown said...

Eu ia deixar um comentário filosófico digno desse post, que reflete tantas conversas nossas. Mas depois do texto da Oki desisti. hehehhe. Saudades de você, amiga.

Juliana said...

Adoooro amigas que não tem poder de síntese, Oki! Esse papo podia ter rolado em uma mesa de bar, ou em uma volta no Barigui, Lê...mas como a vida corrida às vezes nos impede, é bom saber que até aqui eu posso sempre contar com o apoio, o ouvido e o colo de vocês! Mesmo que você esteja do outro lado do mundo, Gabs.
Valeu pelo apoio!:) Esse texto foi só um momento meio borocoxô, mas já passou.
Beijosss