Wednesday, December 12, 2007

Um dia qualquer

A cidade acordou cinza, assim como eu.
Muitos ainda dormem; eu não dormi a noite inteira.
Passos apressados para o trabalho, enquanto me enrolo na cama.

E o tempo passa...
Vazio.

Vazio de alguém.
A procura continua...mas o tempo passa...
Passa só ou é desperdiçado?

Dúvida que segue enquanto me levanto, tomo um café preguiçoso e digo bom-dia ao espelho, fiel companheiro tão vazio como eu.

Monday, July 23, 2007

Navegar é preciso senão a rotina te cansa!

Por que será que só temos uma vida?
Coisa mais sem graça....como esperam que a gente conheça 5 continentes, aprenda sobre vinhos, cozinhar e mergulhar, tirar fotos artísticas, tenha filhos e seja ótima profissional, viva uma paixão tórrida e encontre um grande amor, tenha histórias para contar para os netos e muitos amigos, seja pintora, música e historiadora, faça projetos que ajudem a humanidade, conheça sobre gastronomia e literatura, em apenas míseros 85 anos??? A linha da vida deveria seguir a lógica dos telefones celulares...hoje em dia você escolhe o modelo que mais te agrada, desfruta de todos os benefícios dele durante um ano (no máximo!), e quando vê já está com crédito acumulado suficiente para trocar por um aparelho mais novo, de outra tecnologia, de outra geração....ei, e os meus créditos de vida??? será que já acumulei o suficiente pra deixar de ser uma administradora yuppie e me tornar organizadora de eventos eno-culturais na França??
Sério gente, me deixem trocar de vida, senão não vai dar tempo!!!
E aí??? E se eu não conseguir realizar toooooodos os meus sonhos?? Estou condenada ao pior castigo que eu consigo imaginar: uma vida inteeeeeira repleta de MO NO TO NIA !!! Arghhhh....
tu...tu....tu....tu......

Thursday, May 31, 2007

Constatação

O pior da velhice é perceber que os grandes momentos da sua vida ou já passaram, ou provavelmente nunca irão acontecer.

Saturday, May 5, 2007

Balada dos 6 meses

Você me escorre pelos dedos
É peixe, rio, água em movimento
Nunca beijo duas vezes o mesmo doce
Sabor amargo da distância
Te quero, te preciso, queria não te querer
Mas você é rio, incontrolável
Às vezes tudo, às vezes nada
Ocupa um espaço por metades
Não clama o que é seu
Pouco te basta, muito me falta
É meu o excesso de intensidade
Ou sua a falta de necessidade?
Eu sou fogo, intenso, inconstante
Calor me alimenta
Estar com você significa ter que me apagar?
Ou farei-te-eu entrar em ebulição?
Queria não te querer.
Mas te quero.

Wednesday, April 11, 2007

Monday, January 1, 2007

Diga 33




Burn out.


Essa expressão, tirada de um artigo de um site do meio empresarial do qual eu nunca ouvira falar, não poderia ser mais adequada para meu momento. Segundo o site, a Síndrome de Burn out é um sentimento de fadiga, de redução dos recursos emocionais para se lidar com situações de estresse. Isso ocorre, entre outros fatores, como consequência da hiperutilização das pessoas no trabalho, e da maneira como se tece a fronteira entre a vida pessoal e a profissional. Hoje, não só a falta de emprego é assustador. Ter um emprego também pode o ser. Segundo o próprio site, a competição é tanta no meio empresarial que os profissionais se vêem obrigados a sempre darem mais de si, mesmo que isso signifique sacrificar seus valores pessoais.


Foi o site que falou. E olha que nem precisaram me entrevistar pra chegar a essa conclusão!!!


Isso me leva a crer que não sou a única executiva-recém-ingressa-no-mercado-de-trabalho-com-sérias-dúvidas-sobre-que-diabos-estou-fazendo-aqui.


Não. Devemos ser muitos. Vejam só, temos até um termo específico! Em inglês, of course my horse, como todo bom jargão corporativo deve ser.


As principais vítimas dessa síndrome somos nós, "profissionais esperançosos para os quais a realidade atua como fator restritivo às suas altas expectativas, desaguando em frustração e desilusão". Ora bolas, só porque eu achava que ia sair da faculdade e mudar o mundo, liderando projetos importantes que fossem agregar valor à humanidade? Por que será que eu me desaguei em frustração e desilusão quando percebi que a única coisa que eu agrego são alguns milhões a mais aos acionistas e meus projetos não são assim, lá muito socialmente/moralmente idôneos? Poxa, posso estar ajudando algum yuppie a comprar seu primeiro iate em algum lugar da West Coast... deveria me orgulhar por ser tão eficiente e me realizar com meus bônus, promoções e aumentos de salário, e com as ótimas oportunidades de carreira que a companhia vislumbra para mim.


Não....? Ué, mas tanta gente não gostaria de estar no meu lugar? Não me preparei durante 5 anos da minha vida para fazer exatamente o que estou fazendo agora?


Esta menina deve estar doente!


O que será que ela tem?


Burn out?


Não - consciência.