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Tudo começa com um pensamento qualquer no meio de um dia chuvoso. Uma sensação de que algo está fora do lugar, ou está no mesmo lugar há tempo suficiente para já não pertencer mais aonde está.
Essa faisquinha fica guardada em algum lugar da memória, e eu me esqueço dela, com tanto assunto diferente que ocupa minha mente em qualquer dia, chuvoso ou não.
Enquanto meu sistema - eu - estiver em harmonia, ela fica lá, incubando, quietinha.
Em algum momento, tempos depois, uma situação completamente diferente causa uma ruptura na minha vida, e em uma relação de causa-efeito peculiar, o assunto adormecido é despertado e vira prioridade número 1 para mim.
A ruptura em si é como um choque de átomos, que libera energia por todo o meu ser. Essa energia vai atuar sobre um sistema até então em repouso (a faisquinha!), colocando-o em movimento. Ora, quanto maior a proporção da ruptura, maior a quantidade de energia gerada por todo o sistema, maior a impulsão de movimento gerada sobre a faísca adormecida e consequentemente maior a rapidez com que essa faísca irá se tornar fogo.
Isso explica os meus ímpetos de mudança, aparentemente (até para mim, às vezes) impulsivos e inesperados. Na verdade, a decisão já havia sido tomada ainda no estágio da faísca. Só faltava a energia gerada pela explosão da ruptura para colocá-la em movimento.
Isso reforça a idéia de que tudo acontece na hora certa...se ainda não aconteceu, é porque o sistema ainda está harmonizado, e não precisa ser incomodado. Depois do caos (que acompanha a mudança), o sistema - eu - entrará novamente em harmonia, mas agora renovado, diferente, em um outro estágio de organização - e assim continuará, até nova ruptura gerar energia e trazer de novo a mudança...
Para informações (um pouco mais confiáveis do que a minha teoria de boteco) sobre física quântica e teoria do caos:
"Gestão da mudança: caos e complexidade nas organizações" - Ruben Bauer
"O universo em uma casca de noz" - Stephen Hawking