Sunday, August 23, 2009

O caos necessário


Tudo começa com um pensamento qualquer no meio de um dia chuvoso. Uma sensação de que algo está fora do lugar, ou está no mesmo lugar há tempo suficiente para já não pertencer mais aonde está.
Essa faisquinha fica guardada em algum lugar da memória, e eu me esqueço dela, com tanto assunto diferente que ocupa minha mente em qualquer dia, chuvoso ou não.
Enquanto meu sistema - eu - estiver em harmonia, ela fica lá, incubando, quietinha.
Em algum momento, tempos depois, uma situação completamente diferente causa uma ruptura na minha vida, e em uma relação de causa-efeito peculiar, o assunto adormecido é despertado e vira prioridade número 1 para mim.
A ruptura em si é como um choque de átomos, que libera energia por todo o meu ser. Essa energia vai atuar sobre um sistema até então em repouso (a faisquinha!), colocando-o em movimento. Ora, quanto maior a proporção da ruptura, maior a quantidade de energia gerada por todo o sistema, maior a impulsão de movimento gerada sobre a faísca adormecida e consequentemente maior a rapidez com que essa faísca irá se tornar fogo.
Isso explica os meus ímpetos de mudança, aparentemente (até para mim, às vezes) impulsivos e inesperados. Na verdade, a decisão já havia sido tomada ainda no estágio da faísca. Só faltava a energia gerada pela explosão da ruptura para colocá-la em movimento.
Isso reforça a idéia de que tudo acontece na hora certa...se ainda não aconteceu, é porque o sistema ainda está harmonizado, e não precisa ser incomodado. Depois do caos (que acompanha a mudança), o sistema - eu - entrará novamente em harmonia, mas agora renovado, diferente, em um outro estágio de organização - e assim continuará, até nova ruptura gerar energia e trazer de novo a mudança...

Para informações (um pouco mais confiáveis do que a minha teoria de boteco) sobre física quântica e teoria do caos:
"Gestão da mudança: caos e complexidade nas organizações" - Ruben Bauer
"O universo em uma casca de noz" - Stephen Hawking

Tuesday, August 18, 2009

A única frase que eu vou escrever sobre esse assunto

O que me faz sofrer é saber que você não é, e nunca vai ser, como eu gostaria que você fosse.

Friday, August 14, 2009

Sista

Como podem, duas pessoas serem ao mesmo tempo tão diferentes, e tão as mesmas?
Tenho uma irmã que de tão diferente, sou eu mesma. Não sei se é gêmea, ou se é apenas minha alma que de tão intensa se perdeu por aí e encontrou outro corpo para se manifestar.
Só sei que o que nos angustia, só nós sabemos. E só nós sentimos. E só para nós faz sentido.
Vivendo dois lados opostos da mesma moeda, nossos surtos antagônicos nos validam. Saber que você também passa pelas mesmas indefinições, valida meus pensamentos errôneos.

O que fazer com tanta inteligência? Saber é apenas o primeiro passo...mas e agora??
As escolhas se mostram maiores do que o que nossos pequenos grandes corações gostariam de suportar. O ideal seria ter tudo ao mesmo tempo agora. Mas e aí...continuamos buscando? Ou nos contentamos com meias realizações? Será a vida uma sucessão de momentos intensos, ou a intensidade tem data marcada para se acomodar?

Tanto faz, contanto que você esteja sempre ao meu lado, completando meus pensamentos, e aquietando minhas idéias. No final, como um sinuoso conto de fadas que há tempos deixamos de acreditar...tudo há de dar certo! Mesmo que o happy ever after demore para chegar, nossa amizade estará lá, inquieta e prestativa, buscando a melhor maneira de nos complementar.


J. Já sei! Tive uma idéia!
L. Guria, isso não vai prestar...mas vamos lá!

Wednesday, August 5, 2009

Dans la nuit

Hoje ao sair do Yôga, a noite parecia diferente. Tinha um perfume no ar que pedia uma caminhada a pé. Se eu não tivesse de carro, juro, teria ido andando para casa.
Andei um pouco pelo quarteirão. Não, não era excesso de energia. Este já havia sido dissipando na invertida sobre a cabeça, etapa final do ásana. Era mais para uma paz, uma tranquilidade que não cabia em mim. Queria dividir com o universo, ou com o senhor na esquina. Tanto faz. Andei meio quarteirão, disfarçando minhas reais intenções com uma ida descompromissada à lata do lixo. Uma vez livre do copinho vazio de thai, voltei ao carro. Chave na ignição, cabeça na lua. Ou na rua, não sei. Esta noite, tanto faz.